segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Cinema Colorido



A cor esteve presente no cinema desde suas origens. Os primeiros processos consistiam em colorir à mão - um a um, os fotogramas no positivo preto e branco. Os filmes realizados desta forma são chamados de colorizados, em contraposição aos coloridos, onde as cores são captadas pelo processo fotográfico. Contudo, esse processo de coloração não era muito utilizado devido à necessidade de muita mão de obra, baixo rendimento e altos custos. Todos os processos de colorização tinham em comum o fato de serem artesanais, lentos e muito dispendiosos, além de apresentarem cores inteiramente artificiais.
As tentativas mais bem sucedidas de registrar a cor natural durante a fotografia do filme foram desenvolvidas a partir de 1915 nos EUA pela Technicolor.
Quando da introdução nos anos 30 do primeiro processo realmente industrial de cor no cinema, o Technicolor de três películas (invenção dos irmãos Lumière), já existia um receio declarado por parte dos produtores de que a cor fosse roubar a atenção dos espectadores, do enredo, e da interpretação dos atores. Muitos cineastas eram contra a implementação da cor, assim Andrei Tarkovsky exprime a sua opinião contrária, “o filme branco e preto cria imediatamente a impressão que a sua atenção está concentrada no que é mais importante. Na tela a cor se impõe por si mesma ao espectador enquanto na vida real isso acontece apenas em alguns momentos especiais logo não está certo que o público fique o tempo inteiro consciente das cores.” Mais tarde, Tarkovsky acabou por aderir à cor, mas sempre fazendo uso com extremo rigor de paletas cuidadosamente estudadas.
Segundo consta, o primeiro filme inteiramente colorido, na história do cinema, data de 1935, portanto, vinte anos depois da invenção dos irmãos Lumière, e mesmo assim o seu technicolor só continha três cores. “Beleza e vaidade” (“Becky Sharp”) foi uma produção ousada, com direção de Rouben Mamoulien e Miriam Hopkins no papel-título. A tecnologia de filmes a cores teve o seu melhor exemplo com o épico “E Tudo o Vento Levou”. Produzido em 1939, o filme foi um dos muitos que se produziram durante o que é considerado o melhor ano da história da sétima arte. Outros filmes produzidos nesse mesmo ano foi “Cavalgada Heróica”; “Peço a Palavra”; “Ninotchka;” O Feiticeiro de Oz”;” Gunga Din”e “Dark Victory”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário